sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sob meu olhar curioso e de observadora, desde mais jovem até o momento de hoje em que já atuo profissionalmente na área da comunicação, educação e artes, nunca pude conceber a idéia e conceito de generalização. Discordo na caracterização e estudo do ser humano como se fosse um objeto estático e de limitados modelos, ou um animal dotado de instintos de sobrevivência limitados. O Positivismo acabou gerando conceitos que se pareciam aos do capitalismo. Quem estiver no “grupo” está focado e resolvido, mas há muito mais fora do grupo, e neste momento os Humanistas e alguns construtivistas talvez tenham maior capacidade de observação e sensibilidade à realidade “exata” da natureza humana. Existe sim um comportamento padronizado, sob a influência da mídia. Em tempos remotos o que levava a sociedade e pequenos grupos a comportamentos padronizados era justamente a ausência de informação, tornando a opinião pública vulnerável, tendenciosa e de fácil manipulação. Existem sim heranças sociais, fisiológicas e culturais, perceptivas em nossa conduta, opinião, cultura e até mesmo em nosso organismo. Mas ainda assim a capacidade de transformação e adaptação do homem em direção aos seus sentimentos, carências e necessidades sociais e psicológicas, cria o universo infinito e imprevisível, porém possível, sob estes aspectos relevantes, de ser analisado e até argumentado em muitos temas ou casos. Concordo absolutamente com o autor ao dizer que somos: “um objeto tão especial pede métodos especiais..”, só assim a Ciência Humana pode explorar o infinito universo da mente humana, seu comportamento e sistemas de criação, abstração, meditação e concepção das idéias e conceitos práticos, espirituais e fisiológicos. Mas é na metodologia diversificada onde teremos chance de captar, talvez fragmentos, deste objeto de pesquisa chamada ser Humano.


A partir das análises destes diversos fragmentos acredito que os pesquisadores começarão a encontrar respostas mais lúcidas, mas que ao mesmo tempo, provarão a inexistência de explicação conclusiva ao que chamamos de Força Maior à todos e a tudo. O ser humano é dotado de livre arbítrio, da capacidade de ampliar seus conhecimentos através de análise, experiências e de alternar ou modificar suas escolhas. Se divide assim em grupos de pesquisa: cientistas humanistas e pesquisadores científicos onde só a exatidão de dados e sua comprovação o tornam realidade. No grupo dos cientistas humanistas se entende que as ciências sociais são campos férteis, porém não mensurável, a não ser pela incidência de pensamentos e hipóteses que trouxerem o maior número de seguidores sensíveis a estas teorias. Aqui temos um encontro comum com o autor citado: (...) dotado de liberdade, razão criatividade, vontade e desejo, o ser humano cria variadíssimas manifestações de sua subjetividade, cria objetos materiais e imateriais dotados de significações, organiza-se em sociedades segundo relações sem paralelo com as relações naturais e produz seu próprio sustento, forçando a natureza a fornecer-lhe alimento.(...) (...) Os seres humanos são complexos demais para poderem ser descritos por esquemas matemáticos ou leis incapazes de levar em conta a interioridade da consciência humana, os infinitos fatores que podem afetar seu comportamento ou ainda a deliberação de protagonizar o próprio existir”. (POZZEBON, 2006, P.25)


Em tempos remotos sábios tentaram trazer a luz certos atalhos às buscas que até hoje procuramos. Por séculos ficamos mergulhados na pretensão de mensurar nossa própria alma e comportamento. Por sorte ainda temos seres pensantes e capazes de reabrir nossas fronteiras e, principalmente, libertar nosso olhar e conhecimento ao infinito, sem dogmas nem pré-conceitos. Sendo assim temos muito paradigmas e problematizações a serem defendidas, criticadas e melhoradas na jornada engenhosa de nosso conhecimento em nossa construção do futuro e de nossa evolução e preservação como espécie.